quarta-feira, 7 de novembro de 2007

EU D-E-T-E-S-T-E-I

MEU "MIGUINHO" Costajr, Local: Brasilia, Distrito Federal, Brazil Visualizar seu perfil completo achou UM L-I-X-O essa MÚSICA. E se ele achou UM L-I-X-O, eu também acho.





A classe média, segundo Max Gonzaga.

Classe Média
Max Gonzaga
Composição: Max Gonzaga

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mas eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida






A obra - prima acima, é assinada por Max Gonzaga. Aqui você confere a performance do rapaz. Pela letra, pensei que se tratava do Zeca Baleiro, mas é do Max mesmo. Tem gente séria, que admiro de verdade, que gostou muito da música. Eu a achei bocó e, claro, com várias digitais esquerdistas. Analisemos alguns trechos.

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal


Esse trecho já evidencia que o compositor que vende discos para a classe média, não morre de amores por ela. O cara desconfia da mídia - é daquele tipo de esquerdopata que, a priori, considera toda notícia veiculada pela mídia, mentirosa. Ainda bem que ele vive numa democracia. Fosse cubano, teria que ouvir e ler mentiras sem reclamar. O quê? O que digo? Aposto que ele crê que a mídia esquerdista nunca mente. Que um Gramna sempre é imparcial.

Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação

Esse trecho é um dos mais estúpidos. Usar o cartão para pagar as compras, hoje em dia, é corriqueiro. O crítico da classe média considera essa prática, penso, elitista. É um vagabundo e um mentiroso. Os números comprovam que as classes C e D vêm, cada vez mais, usando o dinheiro de plástico.

Quem gosta de utilizar o ônibus - aqui em Brasília se chama de "bauzão" - quando se tem carro? Pergunte a quem não tem carro se, caso tivesse, preferiria deixá-lo na garagem ou usá-lo para se deslocar para o trabalho. Ademais, você conhece alguém que pagou o carro à vista? É pecado financiar um veículo?

Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual

A classe média não é a única que paga impostos, mas é fato, é a que mais paga. Quanto ao limite do cheque especial, bem... cada qual com sua política de gastos, não é? O pobre, não tem cheque especial, mas se tivesse, aposto, também entraria no limite do cheque. E quem disse que as classes mais pobres não se endividam? Já fizeram o estudo de quem mais se endivida nas Casas Bahia?

Mas eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda

Esse é o refrão da música. Nesse trecho a estupidez se amanceba com a impostura. O representante da classe média, segundo o compositor, é um alienado, um insensível e um egoísta. Você, leitor, que pertence à classe média, reconhece-se nesses versos? Duvido. Ademais, o artista, como bom esquerdista que é, explode a gramática ao usar a forma "que se exploda". O verbo explodir - falo isso para os esquerdofrênicos que vivem por aqui - é defectivo, não tem a 1a pessoa do Presente do Indicativo - eu explodo - por isso, não existe o Presente do Subjuntivo - " que se exploda"- é uma construção gramaticalmente incorreta. Pode ser usada numa letra de música? Claro! Isso se chama licença poética mas, insisto: esse tipo de conjugação está errado.

O mais engraçado nisso tudo é que quem ouve essa música, paga para assistir ao show desse poeta da MPB e compra seus discos, é a classe média, achincalhada por ele.

Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol

Querem coisa mais canalha do que esses versos? Acho difícil encontrar. Se o brasileiro ficasse mesmo indignado com o estado, muita coisa já teria mudado. Mais uma vez nós, da classe média, somos um bando de gente má, que detesta os pobres e os miseráveis. Não temos coração. Quem pensa neles, é óbvio, são os esquerdistas. Todavia, Max tem razão. Fico indignado com o estado por causa do mendigo, da criança que perde a infância limpando pára-brisas, vendendo chicletes ou fazendo malabarismo nos sinais desse país. É de se revoltar com o estado que dá uma bolsa-miséria e acha que já fez a sua parte. É como se déssemos as moedinhas para o pedinte e saíssemos felizes com a nossa boa ação do dia.

Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal

Oh Max, quem gosta de matar à "mancheias" são as esquerdas, meu caro. Ele, fica claro, é um defensor da tese bocó de que o criminoso é vítima da sociedade. Para Max, os assassinos de João Hélio cometeram o crime porque eram pobres, se não fossem... Querem preconceito maior? Ademais, as vítimas da violência que suscitaram o debate da pena de morte e da redução da idade penal foram gente da classe média baixa. Eram ricos os pais do Menino João Hélio?
Eu sou contra a pena de morte, mas a favor de reduzir a idade penal. Países com níveis baixos de educação, como a Inglaterra e a Dinamarca, vejam só, punem infratores com menos de 14 anos.

E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda


Quando os movimentos sociais convocam estudantes-militantes, sindicalistas e outros vagabundos da espécie, para uma passeata ou uma manifestação, são pessoas com consciência política. Agora, se a classe média se mobiliza numa passeata, então ela não passa de uma pobre massa manipulada, que só serve para aumentar as tiragens da mídia impressa e a audiência dos telejornais. Esse Max é um típico vagabundo de esquerda.

Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida

Que coisa meiga esse dois últimos versos. Lembrei de uma quadra de Mário Quintana que diz:

DOS NOSSOS MALES



A nós bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais...
E acreditem, Quintana tinha razão. Pena de vida? Ai, eu poderia recorrer a João Cabral, mas para ficar no popular, recorro à Gonzaguinha, xará do Max:

"sempre desejada [ a vida] /por mais que esteja errada/ninguém quer a morte/só, saúde e sorte"

E há quem aplauda Max Gonzaga! Chega!

PS: o verbo aplaudir, ao contrário do verbo explodir, não é defectivo, mas regular.

PATRICIA M. disse...
Realmente, a letra da musica eh totalmente de esquerda. Tem muito ze mane na classe media, ne, tanto eh que sao esses mesmos ze manes que compram o CD desse idiota ai que nunca ouvi falar. E de outros idiotas de periferia que glamourizam a pobreza e a violencia. Gostei da analise, hehehe. Eu sempre comprei meus carros (no Brasil) a vista, qual o problema? Carro 1.0, claro, mas meu pai sempre dizia: nunca faca crediario, juros no Brasil sao escorchantes. Sempre segui o conselho. Negocio eh o seguinte, nao consegue pagar AGORA? Poupa, se esforca, e um dia consegue. Melhor do que comprar 1 carro no crediario pelo preco de 2...
3:03 PM

PATRICIA M. disse...
Alias, quanto mais pobre, maior eh o talaozinho do crediario, hahahahahaha. O cara eh um babaca mesmo.
3:03 PM

Ricardo Rayol disse...
Cuspir no prato que come, hábito dos políticos, está se reproduzindo.
4:17 PM

O Matha Barata disse...
Ô Zé Ruela das Gramáticas,Você não esconde as sua falta de cultura e intelecto corrigindo gramática. Gramática é para os burros. Estão sempre a pastar na grama das palavras.KKKKKKKO verbo do outro pode ser defectivo. Mas o mote do seu texto é uma defecação completa. Se enxerga cara! Vai dar aulinhas para as crianças. E ensina direito. Não se meta à Reinaldo Azevedo. E preste atenção aos seus textos. Escrever depende de idéias, bons argumentos, tema euma boa conclusão. Vai estudar mané!
10:11 PM

Suzy disse...
Adorei sua análise e a "barata" quadrúpede que comentou acima é a comprovação de que seu brilhantismo incomoda muita gente.


Um comentário:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.